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MANUEL MARIA SIMÕES PLENO

Vida: 1889-1962

Direção: 1923-1926

Manuel Maria Simões Pleno passou a dirigir a FP pouco tempo depois de Ricardo Campos, possivelmente em 1923 ou 1924. Nascido em Santana (Figueira da Foz), em 1889, Manuel Pleno foi um músico distinto que prestigiou a sua terra e, pela educação dada a seus filhos, transmitiu à sua geração o gosto pela música. A muito custo, aos 16 anos conseguiu que o seu pai lhe desse permissão para aprender solfejo. O seu instrumento de eleição foi o clarinete. Já depois de casado com Ana de Jesus Ferreira assentou praça em Engenharia, em Lisboa. Aí, tomou contacto com diversas coletividades musicais, tocando o instrumento com que se iniciou. Numa dessas coletividades deu lições de Teoria e Harmonia Musical. Depois de cumprido o serviço militar, regressou a Santana e continuou a ser executante na Filarmónica, notando-se-lhe grande aperfeiçoamento.

Em Liceia, organizou-se uma filarmónica e Manuel Pleno foi convidado para ser o seu regente, tendo sido ali que escreveu a sua primeira marcha, ainda hoje recordada. Depois passou a reger a Filarmónica Santanense e deixou a de Liceia. Entretanto estalou a 1.ª Grande Guerra, de 1914-18, e Manuel Pleno foi mobilizado. Voltou para Lisboa e aí aprendeu a tocar saxofone alto, instrumento ainda pouco conhecido. Terminando de vez o serviço militar, regressou à sua filarmónica retomando o lugar de regente que durante a sua ausência foi desempenhado pelo seu irmão Carlos Pleno.

Após algum tempo, deixou a banda de Santana e fixou-se em Arazede, regendo a banda da localidade. Aceitou também um convite para reger a Filarmónica Pampilhosense. Tendo-lhe sido oferecido um ordenado para reger a filarmónica de Angeja, que a de Arazede reconheceu não poder equiparar, passou a residir ali, continuando a deslocar-se de comboio à Pampilhosa para os ensaios regulares. Numa destas viagens, em 1925, teve um acidente na estação do Caminho de Ferro da Pampilhosa. Foi então substituído, mais tarde, pelo seu filho Joaquim Pleno. Passou por várias filarmónicas: Santana, Liceia, Tocha, Arazede, Pampilhosa, Angeja, Cantanhede, Santa Comba Dão, Vila Nova de Poiares, Penacova, Alcobaça e Ferreira do Zêzere. Gasto com o rodar dos anos, Manuel Pleno voltou a fixar-se na sua terra natal regendo a banda até a saúde o permitir.

Numa visita ao seu filho Joaquim, a 14 de maio de 1962, aos 73 anos de idade, faleceu vítima de ataque cardíaco. Jaz no cemitério velho da Pampilhosa.

Manuel Maria Pleno